sábado, 12 de dezembro de 2009

     Acho que de alguma forma as coisas estão a mudar. Já não quero uma série de coisas que antes queria e já não vejo com os mesmos olhos certas frases e atitudes. Não percebo as pessoas. E não percebo as atitudes que as pessoas têm.
     Claro que estou a generalizar, mas de certeza todos nós já assistimos a más opções tomadas de uma forma tão inconsciente que até faz tremer. Todos gostamos de facilidades, todos temos a tendência para seguir o caminho menos penoso. Ás vezes até tentamos mascará-lo de algo que é maior. Atribuimos-lhe um valor que ele não tem. E acreditamos.
     Mas, e quando isso põe em causa o que realmente temos e tem valor? Quanto vale uma fantasia?
     Neste momento eu fantasio. Estou a passear por encruzilhadas e vou sendo forçada a seguir o caminho mais fácil. Vejo o pote de ouro no fundo do precípicio e no entanto empurram-me constantemente pelo caminho de terra, pela segurança do caminho sinuoso que não me deixa antever o que fica no destino, só curvas e esquinas que tapam a paisagem seguinte, mas que é liso e sem pedras para tropeçar. E estou sempre a fantasiar. Sobre o que está a seguir, sobre a novidade que é ter um novo interesse, sobre o que é que me vai aparecer a seguir àquela esquina, a seguir àquele abraço.
     Sim, algo mudou em mim. Foi-me arrancada a esperança com frieza e indiferença. Fui impedida de sonhar os meus sonhos, de viver a vida que escolhi para mim.
     E agora vou, triste, mas serena, pelos caminhos que me obrigaram a ir. Sigo-te por opção, pelo caminho mais fácil, que não se cruza com o teu.

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